Chile I - Viagem ao Redor do Mundo do Vinho, 2007

O que segue nos próximos relatos e fatos é exatamente o que inclui em meu blog anterior: http://wineworld.spaces.live.com/
A idéia de trazer para este novo espaço é para manter as informações em um lugar somente.
Não revisei ou alterei nenhum comentário ou idéia, pois creio que cada experiência tem seu momento particular.
Talvez hoje tivesse outras opiniões sobre alguns assuntos, mas, aquelas que aqui reproduzo pertencem a aquele tempo.
Nesta 4ª parte relato minha primeira experiência no Vale de Maipo - Chile, em março de 2007.

UM PAÍS DE DOIS MUNDOS

O Chile é um país muito particular na América Latina. Tem a mesma face multirracial que se encontra em qualquer país Latino-americano, porém comporta-se como se estivesse a uma grande distância. Tem um clima quente que não nos faz esquecer em que região geográfica nos encontramos, porém com infra-estrutura que mais se assemelha a terras muito distantes. Fala a mesma língua que a grande maioria de seus vizinhos e adversários, porém com eles não tem boa comunicação.

É um país que conseguiu um espaço importante em vários mercados e com os frutos de seu desenvolvimento econômico gerou um desenvolvimento social. Nele sente-se como em uma América Latina que deu certo. Porém, muitos espaços firmados, muitos inimigos feitos. É comum ouvir-se os dissabores de uma rivalidade de seus países vizinhos.

Durante minha primeira fase no país, me estabeleci em um albergue no bairro Providencia, que é uma boa base para quem quer explorar a cidade. A uma estrutura razoável, porém conta com somente um supermercado - que de "super" não tem nada. Foi neste que comprei o vinho mais barato nos últimos tempos. O vinho era razoável, mas considerando o preço (US$2.50)...

Busquei várias formas de fazer minhas visitas às vinícolas (chamadas de viñas) e a possibilidade de participar de algum curso, porém não consegui conciliar nenhum evento ao período e, as Viñas pareciam ainda mais distantes que as argentinas em relação a Buenos Aires.
Na verdade, nunca estamos muito distantes de uma plantação de uva no Chile, visto que a maioria do país cultiva, porém os meios para visitá-las resumem-se basicamente a visitas por intermédio de agência de turismo. O que, para o meu estilo "mochileiro", é muito caro.
Para saciar minha sede, busquei uma visita que pudesse usar o transporte público (metrô até Puente Alto e depois ônibus local até Pirque) e realizar de forma independente. E, para minha satisfação "educativa" a vinícola em questão foi Concha Y Toro.

CONCHA Y TORO

A Concha y Toro é a maior e uma das mais antigas (fundada em 1883) empresas vinícolas do Chile e possui todos os recursos para mostrar a força dos vinhos chilenos, em uma vasta gama de estilos.
A empresa cresceu rapidamente e em 1923 colocou suas primeiras ações na Bolsa de Santiago e em 1994 tornou-se a primeira empresa vinícola a negociar suas ações na Bolsa de New York.
A empresa já não tem os proprietários originais e também passou por um grande processo de modernização desde sua fundação, visando atender o mercado externo, sendo o principal exportador da América Latina.
É uma experiência bem "turística" visitá-la - o que agradou bem o grupo ao qual me juntei - que combina visita a um de seus vinhedos, vinícola e ao famoso "Casillero del Diablo", lugar assim chamado pelo a lenda que o próprio fundador, Don Melchor Concha y Toro, encarregou-se de fundamentar, passando-se por "diabo" quando escondia-se em uma adega que armazenava seus melhores produtos, para afugentar os ladrões que insistiam em degustar seu vinho.

Seus produtos atendem a consumidores com diferentes perfis, pois produz distintos vinhos de diferentes preços e características.
Degustamos dois vinhos, um Casillero del Diablo, Carmenere - uva emblema do país - e um Don Melchoir - premiado vinho da casa, sendo considerado por muitos o melhor vinho chileno, elaborado com Cabernet Sauvignon casta que é a grande vedete da região de Maipo.

A região do Vale de Maipo é o coração da tradicional vitivinicultura chilena, berço da primeira geração de vinhos de qualidade. Famílias abastadas plantaram vinhas de Bordeux em meados do século XX, e o vale ainda possui grandes propriedades como herança.
O Vale de Maipo deu fama ao Chile pelos Cabernet Sauvignos finos e elegantes, particularmente das redondezas de Puente Alto, onde a empresa Concha y Toro está localizada.

Feliz por ter realizado minha primeira visita a uma vinícola chilena, aproveitei o resto do dia para curtir um parque aos pés dos Andes na cidade de San José de Maipo. Nada mal, fiz um "picnic" admirando as Cordilheiras em um dia quente que o Rio Maipo encarregou-se de amenizar.

Com planos de ir a Mendoza (Argentina), decidi que minha próxima região ao voltar do Chile seria a Central, onde se localiza Curicó, pois acreditava que poderia visitar uma quantidade maior de empresas e, participar de alguma atividade relacionada ao assunto.






Bem, esta história tem continuação...
Até a próxima!
Marcia Amaral