MontGras, Chile - Turismo Gourmet Sem Frescura VIII


Em meu segundo dia de visitas no Vale de Colchagua; Região VI das zonas vitivinícolas do Chile;  visitei  a vinícola MontGras na cidade de Palmilla.

MontGras Merlot Reserva 1998
O nome MontGras foi escolhido para representar a empresa e a sua filosofia: "Mont" refere-se a montanha localizada atrás da vinícola, onde uvas de primeira qualidade são cultivadas; "Gras" é o nome da família catalã de dois (Hernán e Eduardo Gras),  dos três sócios fundadores (Cristián Hartwig é o parceiro no empreendimento); o ícone do sol que a representa é um símbolo de Baco, o "deus do vinho" e simboliza a energia vital MontGras, e sua a crença na região e paixão pela vitivinicultura.





Visita à vinícola MontGras
MontGras foi fundada em 1993 e desde seu princípio, implantou e confiou na aplicação de tecnologia em seu negócio, tendo sempre como objetivo produzir alguns dos melhores vinhos do Chile

Desde a sua fundação, a empresa tem recebido permanentemente reconhecimento por seus produtos. Na verdade, já em sua primeira safra o Cabernet Sauvignon 1994 foi premiado como um dos 10 melhores vinhos do Chile (Guia de Vinos de Chile 1995) e em 2002 a vinícola recebia o prêmio de Melhor Produtor de Vinhos do Chile, no Concurso International Wine & Spirit - Reino Unido. Ainda no ano de 2002 MontGras foi objeto de um estudo de caso pela prestigiada Universidade de Harvard em relação ao sua estratégia para o mercado internacional e, o que aconteceu depois disto, publicado em seu site.


A propósito, devo dizer que a MontGras é a vinícola com mais informações do negócio, divulgadas em seu web site, que eu conheço. Esta transparência não interfere diretamente na qualidade dos vinhos, porém demonstra o perfil da administração, preocupada com a comunicação e focada no 'business'.
São os prêmios e reconhecimentos, sempre presentes, as provas da consistente qualidade de seus vinhos.



Pátio espanhol na vinícola MontGras
E por falar neles, degustei-os em uma descontraída e agradável experiência, após uma instrutiva visita pelo vinhedo e as instalações da bodega.

A degustação foi organizada na parte central da casona principal, em um jardim espanhol rodeado de barricas de carvalho pintadas com cenas relacionadas ao vitivinicultura.



Mesa de Degustação na MontGras
Iniciamos com o MontGras Reserva Chardonnay 2010

A vedação do vinho é de screw cap o que de cara me fez simpatizar com a honestidade do vinho.
Ele teve um excelente trabalho em madeira, passando parcialmente por carvalho francês, em um período curto de cinco meses. O resultado do trabalho é um vinho onde a madeira está presente de forma sutil e o que prevelace são notas as características do Chardonnay, como abacaxi e pêssego.

O vinho que seguiu foi o MontGras Reserva Merlot 2009, no qual o destaque foi a acidez marcante e álcool pronunciado, ainda que outros vinhos da casa tenho graduação mais elevada que seus 14%, neste me pareceu mais pronunciado.
80% do vinho repousa 8 meses em um mix de barricas novas e usadas de carvalho (francês e americano). Um vinho ainda muito jovem e creio que estará bem mais interessantes com um pouco de maturidade na garrafa.

Na sequência, seguimos com o prestigiado MontGras Reserva  Carménère 2009, o qual ganhou uma medalha de prata no International Wine Challenge, Londres, em 2010.
Este houve 100% de estágio em carvalho, 70% francesa e 30% americana,  metade de 1º  uso e o restante de 2º uso, por 5 meses.
Também o  álcool e acidez marcam bastante este vinho, notoriamente elaborado para ser um grande representativo da vinícola.
Também lhe cairiam bem mais alguns anos na garrafa e, o serviço com um decanter teria feito grande diferença para que ele se mostrasse completamente.

O que não teve timidez alguma em mostrar-se foi o último vinho degustado, o MontGras Quatro 2009.
Com o Quatro, MontGras apresenta um vinho tinto de complexidade e excelente estrutura, uma mistura especial de quatro variedades: Cabernet Sauvignon, Merlot, Carménère e Malbec.
A cada ano de colheita, as proporções variam na busca do melhor resultado e, neste funcionou muito bem: a harmonia das cepas resultou em um vinho excelente.
O vinho repousou 11 meses em carvalho (70% francês e 30% americano) sendo que destes 30% eram novos e, todo este trabalho foi muito bem equilibrado.
O design do rótulo tem um papel importante na embalagem do vinho, com cada cepa proporcionalmente representadas nas cores do rótulo.
Em setembro de 2010, este mesmo vinho foi destacado nos BEST BUY da conceituada Wine Enthusiast e no mesmo ano recebeu uma medalha de prata no IWSC (International Wine & Spirit Competition).
Este foi o vinho estrela da degustação.

Porém, para o final me reservaram uma agrado especial, degustar um vinho que leva meu sobrenome: AMARAL.
A Viña Amaral é o mais recente projecto em que ele se aventurou a MontGras. Fundada em 2006 no coração do promissor Leyda Valley, perto de San Antonio, onde estão plantados Sauvignon Blanc, Chardonnay e Pinot Noir.

Nada como terminar uma degustação provando o próprio sobrenome. Quem dera fosse de minha família... Mas acho que a Viña Amaral está em boas mãos.

Próxima parada desta viagem Turismo Gourmet Sem Frescura: a região de Casablanca, também reconhecida pelos Sauvignon Blanc, Chardonnay, Pinot Noir que produz.

Até a próxima!