Malbec de novo. Mas, algo novo.




Muito já falei, escrevi e bebi Malbec - algo mais do que esperado para quem morou na Argentina por dois anos.
Quando vivi nos país, entre 2009 e 2010, tive excelentes oportunidades de aprendizado - inclusive relacionadas à casta mais emblemática do país vizinho.

Uma das experiências mais relevantes foi fazer parte de um painel de degustadores de uma estudo conduzido pelo INV (Instituto Nacional de Vitivicultura), que foi relatado neste mesmo blog.

Também aprofundei-me na importância da casta e nas diferenças do Malbec de cada região, as quais resumi neste post aqui.
Relendo esse, fiquei feliz em ver que meu prognóstico para o futuro não estava tão equivocado:
"A grande dúvida é se o Malbec continuará seu estrelato em escala ascendente ou é uma estrela decadente.
Alguns creem que o Malbec já tem um espaço consolidado na preferência de um estilo de consumidor.
Outros preveem que ainda há muitos mercados onde este estilo de vinho ainda está por ser descoberto e com isto há ainda bastante a realizar.

Eu confio que ambas as situações são possíveis, todavia, se todos pensam como eu que ‘a vida é curta demais para um só tipo de vinho’, penso que os produtores que queiram continuar exportando seus produtos deverão trabalhar de maneira diferenciada cada mercado (como muitos já o fazem) e diversificar sua produção sem depender exclusivamente de um estilo ou variedade (como poucos o fazem).

Acredito que o caminho seja estar atento ao mercado e escutar o consumidor; manter a consistência qualidade de produtos; respeitar, conhecer e investir nas particularidades deste território que fazem do Malbec e, de outras tantas cepas, elementos tão particulares."

Sete anos depois, as particularidades de cada região, microclima e estilos de produção são cada vez mais valorizados e diversas castas vem demonstrando com grande expressão no território argentino. Mas, inquestionavelmente, o Malbec ainda reina e ainda faz os amantes do vinho felizes.

Selecionei um Malbec que expressa muito tudo isto para o evento Seleção Privada.
Ele é um vinho de uma vinícola jovem, onde os dois proprietários são a quarta geração de suas famílias na indústria do vinho argentino, e mesmo com esta tradição de família, a vinícola está entre os projetos mais inovadores do país - segundo a revista The Wine Enthusiast* de março deste ano.
Na edição da revista um dos sócios comenta:
"Não estamos tentando ficar ricos ou famosos. Estamos apenas tentando produzir um estilo de
Malbec que nós gostamos, um que é ao mesmo tempo tradicional, mas mais moderno do que o estilo pelo qual Mendoza se tornou conhecida".

Nada mais a dizer do que... Salud!

*Nota: Leia a matéria completa da The Wine Enthusiast aqui.